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Volume 7 / Fascículo 1/2
Maio 1980
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Levar o aluno a entender a NATUREZA DA CIÊNCIA constitui um dos objectivos principais de todos os novos curricula, que a partir da década de 60 emergiam um pouco por toda a parte. Não bastará atender às definições de ciência, que são tantas quantos os que a tentam definir, para se estabelecer o consenso necessário para o projecto de um currículo que consiga realizar esse objectivo. Num inquérito dirigido a oito turmas do 8.° ano do curso unificado, em duas escolas, uma, numa zona rural da periferia de Lisboa e outra no centro da capital, fez-se entre outras perguntas, a seguinte: Que diria a um amigo se este lhe pedisse para explicar o que é a Ciência?


Pretende-se com este trabalho, mostrar a impossibilidade da resolução do chamado «Paradoxo dos Relógios» no âmbito da Teoria da Relatividade Restrita. Para tal, começa-se por enunciar o problema, que consiste no facto de dados dois relógios sincronizados à partida um dos quais é embarcado numa nave espacial enquanto o outro permanece na Terra, supondo que a nave viaja a uma velocidade próxima da velocidade da luz, numa viagem de ida e regresso à Terra, quando se comparam novamente os tempos indicados pelos relógios levados para junto um do outro, verifica-se que o intervalo de tempo medido pelos dois relógios entre a partida e chegada do primeiro é diferente. Em seguida a uma curta exposição do tratamento do problema em Relatividade Restrita, vulgarmente utilizado, e das opiniões de alguns autores que partilham este ponto de vista, mostra-se que o tratamento é incorrecto, através do estudo da diferença de tempos decorridos, calculada por um terceiro observadorsituado num referencial inercial e comparação desta com a diferença calculada pelo observador em repouso no referencial inercial de que partiu a nave.


No âmbito dos trabalhos preparatórios da Conferência das Nações Unidas sobre Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (UNCSTD), que se realizou em Viena, Agosto 1979, a Unesco elaborou um documento, intitulado «New Perspectives in International Scientific and Technological Co-operation. For a more equitable distribution of scientific and technological knowledge and of its application to development in all countries». Na secção dedicada a «Associações científicas e suas interacções com organizações intergovernamentais», pode ler-se a passagem seguinte [1]: As «uniões cientificas» ou «associações cientificas» representam em si a mais tradicional e viva forma de cooperação científica institucionalizada. 


No livro «.The Feynman lectures on Physics», Feynman, Leighton, Sands (Addison Wesley, 1975), pode ler-se na pág. 13-5 (I vol.), quando se pretende provar que o trabalho total realizado pela força da gravidade quando se transporta uma partícula numa trajectória fechada é nulo: «(...) we might like to assert that a real curve could alwais be imitated sufficiently well by a a series of sawtooth jiggles like those of fig. 13-4 (...)« (fig. 1 do nosso texto).


Julga-se oportuno o lançamento desta secção onde se dê conta do aparecimento de livros e revistas. A Gazeta de Física procurará, assim, publicitar regularmente novas publicações de interesse para os seus leitores, em geral, e sócios da S.P.F. Procurará igualmente sempre que possível, incluir recensões críticas sobre obras recém-editadas. A inclusão de informação ou recensão crítica não pode ser interpretada como representação de opinião da Gazeta de Física ou da S.P.F. sobre a matéria correspondente, mas tão somente do seu autor. E a abertura que, de seguida, se apresenta é um convite e um desafio à contribuição de todos os leitores, de modo a poder-se dar continuidade à iniciativa. 


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