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Volume 5 / Fascículo 3
Março 1971
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No que se segue gostaria de salientar alguns aspectos da mais comum das actividades científicas: a da observação. Através da observação estabelece-se comunicação com a natureza e dela se recebem informações correspondentes à manifestação de fenómenos naturais. Como parte integrante deste sistema de comunicação, o ser humano impõe restrições na forma e quantidade da informação a trocar entre a natureza e o seu cérebro.


A mecânica quântica não relativista permite uma compreensão unificada e consistente do ponto de vista lógico de um vastíssimo número de fenómenos em física molecular, atómica e nuclear. Esta é a principal razão da sua grande importância na ciência contemporânea. A estrutura de base desta teoria foi lançada entre os anos de 1923 e 1926. Reconheceu-se cedo que esta teoria não podia servir para descrever o comportamento dinâmico de partículas com velocidades próximas da velocidade da luz, deficiência que foi parcialmente superada com o aparecimento da teoria relativista dos electrões de Dirac em 1928. Outra deficiência, talvez mais profunda, resulta da teoria pressupor que o número de partículas num dado sistema é constante, independente do tempo: o integral, estendido a todo o espaço, da distribuição de probabilidade relativa à posição de uma partícula é constante e igual a um. Contudo conhecem-se inúmeros fenómenos nos quais o número de partículas é variável.


Consideremos uma lente esférica e um plano que passe pelo respectivo centro óptico e seja perpendicular ao seu eixo principal. Este plano divide o espaço em duas regiões, uma situada à esquerda e outra à direita da lente. A uma dessas regiões chamaremos espaço-objecto e, à outra, espaço-imagem. Estabeleçamos a convenção de que o sentido de propagação da luz que incide na lente é o da sua esquerda para a sua direita. Nestas condições o espaço-objecto é o que fica situado à esquerda da lente, e o espaço-imagem o que fica à direita. Diremos que um objecto é real quando estiver colocado no espaço-objecto, e que uma imagem é real quando se formar no espaço-imagem.


A aplicação ao estudo dos agregados materiais, sólidos e líquidos, do método experimental poderosíssimo que é a dispersão de neutrões, está dependente da existência de fontes intensas dessas partículas, de características adequadas à experimentação. As fontes mais intensas de neutrões de que se dispõe actualmente podem classificar-se em dois grandes grupos: aceleradores de partículas e reactores nucleares. Pertencem ao primeiro grupo os aceleradores de baixa energia (< 1 MeV) do tipo Cockcroft-Walton e os aceleradores lineares de electrões. Em todos eles os neutrões resultam de reacções nucleares provocadas pelo bombardeamento, com partículas carregadas, dum alvo convenientemente escolhido.


Desde 1964 que os detectores de Ge (Li) têm vindo a ocupar um lugar cada vez mais importante nos estudos de espectrometria 7, a ponto de serem actualmente o instrumento mais largamente usado nesse domínio da Física Nuclear. O objectivo do presente artigo consiste em expor o princípio de funcionamento deste tipo de detectores, compará-los com outros usados para o mesmo fim, mostrando as vantagens e desvantagens que nos oferecem, e apontar alguns exemplos que dêem uma ideia do contributo que da sua utilização tem advindo para o conhecimento da estrutura do núcleo atómico. 


  • Um ano de actividade mundial no domínio da exploração do espaço exterior

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