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Volume 16 / Fascículo 3
Julho 1993
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Neste artigo começamos por referir o papel que o determinismo laplaciano teve no desenvolvimento da Ciência e, em particular, no tratamento da problemática do ambiente. Assinalamos as duas grandes rupturas com o determinismo: a primeira, com o princípio da incerteza de Heisenberg, levou à criação da Mecânica Quântica; a segunda, com o estudo dos sistemas dinâmicos, levou à Teoria do Caos.

O Ambiente global, ou o sistema climático, é um sistema não linear em que todos os estados são transientes e de não equilíbrio; todos os seus componentes são sistemas caóticos. Em particular, a atmosfera é um sistema caótico, instável e dissipativo, em que a instabilidade se repercute na sua predictabilidade, que é limitada. Esta pode ser tratada e quantificada recorrendo à estrutura dos atractores, a partir dos expoentes de Lyapunov. Nestas condições, uma previsão correcta do sistema meteorológico não pode exceder pouco mais do que uma semana


O Professor José Pinto Peixoto é uma figura bem conhecida no meio científico e universitário português. O reconhecimento do seu mérito de cientista e professor não se limita, porém, às nossas fronteiras; é conhecido no mundo e faz parte da vanguarda da comunidade internacional dos cientistas deste século. Penso que se considera como um físico que utiliza a física para «descobrir» a atmosfera, ou de um ponto de vista mais geral, para descobrir o sistema climático da Terra.

Uma das principais mensagens da sua exemplar carreira de professor e investigador é a fidelidade à ciência fundamental, neste caso, a matemática e a física, como ferramentas e metodologias indispensáveis para interpretar e conhecer o clima ou qualquer outro domínio da ciência aplicada. O livro que publicou recentemente com Abraham H. Oort e cujo título é significativamente «Physics of Climate», constitui um testemunho eloquente dessa fidelidade.


Depois de, no último número da Gazeta, se terem descrito os conceitos básicos e o programa europeu de fusão termonuclear controlada (Gazeta de Física, vol. 16, n.° 2, 1993), apresenta-se aqui uma perspectiva dos desenvolvimentosfuturos.

Ao JET seguir-se-á, no programa europeu, uma máquina chamada NET (Next European Torus), no quadro do programa «Next Step». Comercialmente, a energia da fusão só deverá estar acessível a meio do próximo século. A fusão nuclear é um dos maiores esforços científicos humanos, necessitando por isso de um planeamento rigoroso a longo prazo. 


  • P. A. M. DIRAC e a beleza da Física
  • O Litoral Escondido
  • Ciência para além do zero absoluto
  • Anti-hidrogénio
  • Números aleatórios... Que não o são
  • Medidas precisas do tempo 
  • Formação de assistentes para o ensino da Física a outros cursos

  • Physics of Climate
  • História dos Balões

ETAPAS REGIONAIS 1993


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