SNS- Nova Unidade de tratamento com base na física de partículas

Resolução do Conselho de Ministros nº28/2018, publicada no dia 9 março em diário da república,  aprovou as orientações estratégicas para o tratamento de doentes com cancro com recurso a terapia de feixes de partículas de elevada energia.

Para consultar o Diário da república: https://dre.pt/

Citando a notícia publicada no portal do Serviço Nacional de saúde SNS (www.sns.gov.pt), a nova unidade de saúde vai funcionar no quadro de uma unidade de investigação e desenvolvimento no Campus Tecnológico e Nuclear do Instituto Superior Técnico, em Loures.

Com esta iniciativa pretende-se estimular o desenvolvimento do SNS, em estreita cooperação com o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), atrair financiamento e mobilizar os diversos atores, tanto nacionais como internacionais, em termos de uma abordagem inovadora, integrativa e sistémica da aplicação do conhecimento sobre tratamentos oncológicos emergentes. O objetivo consiste em garantir o início da operação, preferencialmente, até ao final de 2021.

A tecnologia com feixe de protões, em particular, encontra-se num estado de desenvolvimento avançado e permite o tratamento eficaz de múltiplas tipologias de cancro, reduzindo eventuais efeitos secundários relativamente a tratamentos baseados em tecnologias mais convencionais, incluindo a quimioterapia e a radioterapia tradicional, permitindo minimizar as lesões em tecidos saudáveis circundantes dos tumores.

A terapia com hadrões representa o próximo passo nesta evolução tecnológica, ao utilizar feixes de protões e iões leves. Na radioterapia com hadrões as propriedades únicas dos feixes de partículas carregadas permitem focar e depositar o máximo de energia de uma forma muito mais precisa. Não pretendendo substituir a terapia convencional, a terapia com hadrões permite, em determinadas situações, melhorar a cobertura dos volumes-alvos, aumentando as doses aplicadas nas lesões tumorais relativamente aos tecidos sãos, com vista à melhoria do controlo da doença com menores efeitos secundários.

A unidade que se propõe criar, única no país, irá dar a Portugal a grande oportunidade de se destacar na aplicação das mais avançadas tecnologias no tratamento do cancro e promover investigação, inovação e educação em áreas essenciais do conhecimento, colocando o SNS ao nível dos mais prestigiados prestadores de cuidados de saúde internacionais. Esta instalação deve funcionar como núcleo de um centro de investigação, com ligação forte entre física, medicina e outras profissões.

A criação desta unidade, que tomará a forma de uma associação privada sem fins lucrativos, deverá ser levada a cabo por um consórcio que inclua a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, os hospitais de referência na área em Portugal, bem como as unidades orgânicas com capacidade para instalar e operacionalizar uma infraestrutura com estas características, nomeadamente, o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Para mais informações pode ainda consultar:

https://www.sns.gov.pt/noticias/2017/10/12/tratamento-do-cancro/


Publicado/editado: 04/04/2018

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