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Volume 39 / Fascículo 3
Novembro 2016
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Foi no longínquo mês de Outubro de 1946 que J. Xavier de Brito, Rómulo de Carvalho, Armando Gibert e Lídia Salgueiro lançaram o primeiro número da revista. Fizeram-no com as seguintes palavras: “A Gazeta de Física tem por primeiro e grande objectivo contribuir activamente para o desenvolvimento e elevação dos estudos de Física em Portugal em todos os graus de ensino, assim como para o esclarecimento dum público mais vasto sobre a posição real da intervenção da Física na vida moderna e sobre a acção do nível científico dos físicos e técnico-físicos no ritmo e na independência do progresso industrial do nosso País.”


Neste artigo, explora-se a singularidade e a raridade da fase líquida enquanto forma de organização da matéria.

Começa-se por passar em revista algumas das propriedades dos líquidos, relacionando-os com os sólidos e os gases através de ideias básicas da Termodinâmica e da Física Estatística, as quais permitem compreender a estabilidade destas diferentes fases, bem como as transições entre elas. Seguidamente, discute-se que propriedades devem ter as forças interatómicas ou intermoleculares para que um determinado tipo de matéria apresente uma fase líquida. Finalmente, descreve-se trabalho de modelação que mostra como se pode “desligar” a fase líquida em materiais feitos à medida.


Os buracos negros são provavelmente dos objectos mais misteriosos no Cosmos, levando as leis da física ao limite. Actualmente existe um número crescente de evidências experimentais de que o Universo está povoado por estas entidades. No centro da nossa galáxia, a Via Láctea, reside um buraco negro supermassivo denominado Sagitário A*. O que veria alguém que olhasse para um? E o que é a “sombra” de um buraco negro?
Este artigo procura responder a estas questões.


A Física é uma ciência experimental: todos os conceitos físicos têm de ser verificados experimentalmente antes de os aceitarmos como leis da natureza. No estudo dessas leis, das mais simples às mais complexas, queremos muitas vezes determinar como uma quantidade que estamos a medir depende de outra. Muitas vezes essa dependência é linear ou pode ser linearizada, como por exemplo, a variação do período de um pêndulo com o comprimento de um fio, da diferença de potencial aos terminais de uma resistência com a corrente elétrica que a percorre, da temperatura crítica de um supercondutor com o campo magnético aplicado, do número de partículas alfa que volta para trás ao atingir uma folha de ouro em função da espessura dessa folha, da energia cinética máxima de fotoeletrões em função da frequência de luz incidente em superfícies metálicas, etc.


Este estudo pretendeu verificar se as conceções dos professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico estão de acordo com as descritas na literatura e se a realização de uma formação em atividades práticas de Astronomia, planificadas de forma interdisciplinar, com materiais acessíveis e passíveis de transposição para a turma, constitui uma resposta para o problema identificado. Os vários registos elaborados permitiram concluir que a implementação de atividades práticas de cariz investigativo despertou a curiosidade, contribuiu para o desenvolvimento de pensamento criativo e possibilitou a construção de ideias cientificamente aceites. Assim, pode dizer-se que os professores superaram algumas das dificuldades sentidas, quer ao nível conceptual, quer ao nível do ensino experimental de ciências.


Talvez já tenhas reparado que os aparelhos de ar condicionado estão geralmente instalados perto do teto, e os de aquecimento central próximo do chão. 
Se nunca pensaste neste problema, faz um levantamento em tua casa, na escola e noutros edifícios que visites. Anota onde estão montados os aparelhos de ar condicionado e os aquecedores. Chegas a alguma regra geral? Afinal de contas, os aparelhos
de ar condicionado são frequentemente utilizados tanto para baixar a temperatura duma sala no verão, como para a aquecer no inverno. Será que esta solução é eficiente? Sabes como podemos decidir qual é o local ideal para instalar qualquer um destes
aparelhos?


A Fundação Francisco Manuel dos Santos tem feito um excelente trabalho com a coleção Ensaios, uma grande coleção de pequenos livros. O ensaio 48, Pseudociência por David Marçal, bioquímico, ex-jornalista de ciência, é a primeira obra nacional sobre o assunto e visa promover a literacia científica.
Este objetivo é importante quando notamos que o sarampo se propagou por toda a Europa e os EUA devido à vacinação decrescente (inverno/primavera de 2015), ou a crescente difusão da homeopatia.


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A FÍSICA 2016 – conferência que junta a 20.ª Conferência Nacional de Física e o 26.º Encontro Ibérico para o Ensino da Física – decorreu entre os dias 8 e 10 de Setembro deste ano na Universidade do Minho. A organização ficou a cargo da Delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Física, e contou com a colaboração ativa dos Colegas do Departamento de Física da Universidade do Minho na organização. 

O evento contou com 247 participantes, 16 lições plenárias, 56 comunicações orais, 101 pósteres, uma sessão pública e 9 oficinas de formação para professores do 3.º Ciclo do Ensino Básico e do Secundário. Estiveram ainda presentes os estudantes vencedores da 6.ª e 7.ª edição do Projeto MEDEA.

A abertura da Física 2016 contou com um painel constituído pelo Prof. Doutor Alexandre Quintanilha, Presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, pelo Prof. Doutor António Cunha, Reitor da Universidade do Minho, pelo Dr. Hélder Pais, Diretor Serviço de Inovação Curricular do Ministério da Educação, entre outras individualidades.


As Olimpíadas Internacionais de Física decorreram em Zurique de 11 a 17 de julho. Participaram nesta competição 398 estudantes finalistas do ensino secundário de 90 países. Esta Olimpíada, que vai já na 47.ª edição, é uma competição anual onde jovens estudantes pré-universitários são convidados a demonstrar a sua preparação em Física em dois longos e difíceis exames (um teórico e um experimental). 

 


O nível de conhecimentos requeridos para realizar estas provas vai muito além do programa do secundário de Física, envolvendo por parte dos estudantes imenso esforço e dedicação durante a fase de preparação.

Os team-leaders que acompanharam a delegação a Zurique, Fernando Nogueira e Rui Travasso, salientam que “os temas das questões da prova teórica exigiram muito à-vontade com tópicos de Física a que os estudantes só foram expostos no processo, curto, de preparação para estas Olimpíadas. Foi o árduo trabalho de preparação dos alunos ao longo do ano, individualmente, nas suas escolas, e nas sessões que decorreram na Universidade de Coimbra,  que foi aqui posto em evidência”.

A lista dos estudantes portugueses é a seguinte:
• Francisco Tomás Pires dos Santos (E.S. Filipa de Vilhena, Porto), menção honrosa
• Francisco Vicente Vazão (E.S. Domingos Sequeira,Leiria), menção honrosa
• Vasco Joaquim de Sousa Esteves (E.S. Damião de Goes, Alenquer), menção honrosa
• Matilde Machado da Costa Cancela da Fonseca (E.S. S. João do Estoril, Estoril)
• Rodrigo Pacheco Câmara (E.S. Domingos Rebelo, Ponta Delgada).


A equipa portuguesa constituída por quatro estudantes que se apresentou em Carmelo, no Uruguai, para competir na XXI Olimpíada Ibero-americana de Física, foi premiada com uma medalha de prata, uma medalha de bronze e duas menções honrosas.

A XXI Olimpíada Ibero-americana de Física decorreu de 26 a 30 de setembro, colocando em competição 69 estudantes finalistas do ensino secundário de 19 países. No final de duas longas e difíceis provas de Física (uma prova teórica e uma prova experimental) o vencedor foi um estudante do Brasil.


Os team-leaders que acompanharam a delegação ao Uruguai, Orlando Oliveira e Rui Travasso, fazem um balanço extremamente positivo da prestação portuguesa: “É um ótimo resultado. Todos os estudantes foram premiados e mantivemos o alto nível de prestação a que a equipa portuguesa nos tem habituado nos últimos anos.”

Os docentes da Universidade de Coimbra destacam que “as provas deste ano eram bastante interessantes e desafiantes, focando tópicos de eletromagnetismo e de mecânica. Salientamos em particular o bom desempenho na prova experimental, que os próprios alunos atribuíram ao trabalho de preparação realizado ao longo do ano no Departamento de Física da Universidade de Coimbra”.


A lista dos estudantes portugueses premiados é a seguinte:
• Carlos Miguel Alexandre Carteiro (E.S. Damião de Goes, Alenquer), Medalha de Prata
• Francisco Salema Oom de Sacadura (E.S. Quinta do Marquês, Oeiras), Medalha de Bronze
• Tiago Cunha de Araújo (Externato Delfim Ferreira, Riba de Ave), Menção Honrosa
• José Miguel de Oliveira Mendes (E.S. Martinho Árias, Soure), Menção Honrosa


Novos órgãos nacionais da Sociedade Portuguesa de Física


Por ocasião da Assembleia Geral da SPF realizada em 29 de março de 2016, foram eleitos os seus novos Órgãos Nacionais para o triénio 2016-2018, com a seguinte composição:


Mesa da Assembleia Geral

  •  Presidente Constança Providência, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
  •  1.º Secretário Adelaide Amaro, Colégio Pedro Arrupe, Lisboa
  •  2.º Secretário António Jorge Silvestre, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa


Conselho Fiscal

  •  Presidente Carla Carmelo Rosa, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
  •  Secretário Carlos Alberto Azevedo, Colégio Luso-Francês, Porto
  •  Relator Augusto José David Moisão, Agrupamento de Escolas n.º 2 de Beja


Conselho Diretivo

  • Presidente Maria da Conceição Abreu e Silva, Universidade do Algarve & LIP
  • Vice-Presidente José António Paixão, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
  • Vice-Presidente José Marques, CTN/IST Universidade Técnica de Lisboa
  • Tesoureiro Pedro Rodrigues Jorge, Colégio Valsassina, Lisboa

No ano de 2016 as equipas científico-pedagógicas da Sociedade Portuguesa de Física procederam à avaliação e certificação de dois manuais escolares para a disciplina de Física e Química A do 11.º ano, componente de Física: Eu e a Física 11, editado pela Porto Editora, e Novo 11F, editado pela Texto Editores. Os documentos, contendo os comentários e as sugestões das equipas científico-pedagógicas, tiveram o melhor acolhimento por parte dos autores e dos editores. Da troca de pontos de vista daí resultante, procurou-se consensualmente adotar as propostas que melhor contribuíssem para manuais de qualidade excelente em todos os aspetos relevantes. As equipas de autores aceitaram praticamente todas as alterações e recomendações apresentadas, tendo aceitado todas as que diziam respeito a problemas de correção científica, pelo que as equipas científico-pedagógicas deram o seu parecer favorável à certificação destes manuais.


A Divisão de Física Médica (DFM) tem nova Comissão Coordenadora para o triénio 2015-2018.
Os elementos que integram a Coordenação foram escolhidos em Reunião Geral da DFM, que decorreu em Coimbra no dia 14 de março de 2015:
• Coordenadora: Ana Rita Figueira (Centro HospitalarHospitalar de São João, Porto)
• Vice-Coordenador: Jorge Isidoro (Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Coimbra)
• Secretária: Esmeralda Poli (Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Santa Maria, Lisboa)
A DFM tem mantido um papel ativo na ligação entre as várias áreas da Física Médica, académica/formação, médico/hospitalar e de investigação/desenvolvimento, e também na divulgação desta área da Física. Tem ainda continuado o esforço de repetir junto das autoridades a necessidade do
reconhecimento e regulamentação da profissão e da existência de um sistema de registo e certificação dos profissionais de Física Médica, aproximando Portugal do padrão 25europeu.


Entrou em funcionamento o novo grupo da SPF dedicado à História da Física, com a coordenação de Augusto Fitas, da Universidade de Évora. A criação deste grupo foi proposta na Assembleia Geral da SPF de 2015, por iniciativa dos sócios Teresa Peña, Ana Simões, Carlos Fiolhais, Júlia Gaspar e Marta Lourenço, tendo entrado em funcionamento em julho de 2016. Os sócios interessados em participar neste Grupo poderão fazê-lo através da atualização da sua ficha de sócio.


Cerimónia de nomeação como Sítio Histórico da EPS do Antigo Gabinete de Física Experimental da Universidade de Coimbra

No dia 11 de março de 2016, a Sociedade Europeia de Física (EPS) e a Sociedade Portuguesa de Física (SPF) homenagearam o Gabinete de Física da Universidade de Coimbra, por ocasião da sua eleição como EPS Historic Site.
O Gabinete situa-se no edifício do mais antigo colégio jesuíta do mundo (fundado em 1542), convertido pelo Marquês de Pombal na Universidade de Coimbra. Este colégio é altamente significativo para a história da física uma vez que, na sequência da reforma da Universidade implementada no
Iluminismo pelo então primeiro-ministro Marquês de Pombal (1699-1782), foram criadas as Faculdades de Filosofia e de Matemática a deu-se a expulsão dos jesuítas, tendo o colégio sido adaptado para o desenvolvimento da emergente ciência newtoniana.


A formação é um elemento fundamental para a atualização e evolução de um professor. Com este fator presente, a Sociedade Portuguesa de Física realizou nos passados dias 4 e 5 de julho a primeira edição da ação de formação “Tópicos do novo programas de Física do 11.º Ano”, onde se pretendeu não só analisar os novos conteúdos introduzidos pelo novo programa de 11.º ano que está a ser implementado conteúdos e experiências que são atualmente abordados nesse ano numa perspetiva aprofundada, indo além da análise realizada no ensino secundário.


Durante os dias 27 e 28 de junho de 2016, decorreu na Universidade de Lisboa uma conferência em homenagem à Prof. Margarida Telo da Gama, celebrando o seu aniversário e as suas muitas contribuições para a Física, para a Educação e para a Divulgação da Ciência.


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