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Volume 7 / Fascículo 3/4
Maio 1984
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Divulga-se neste artigo um aparelho recentemente apresentado na FÍSICA 84, em Évora. Descreve-se sucintamente a sua construção e dá-se relevo à sua utilização. Para além do possível trabalho prático (é usado como tal por alunos dos primeiros anos da Licenciatura em Física) tem este sistema excelentes condições para, como elemento de demonstração, permitir aos estudantes a familiarização com o momento angular (vector algo diferente das simples entidades com grandeza, direcção e sentido com que todos contactamos no dia-a-dia). De salientar ainda que se trata de um sistema simples de construir e barato, como tal ao alcance até de muitas escolas secundárias — daquelas pelo menos que disponham, como professor de física, de um «hobbysta» interessado. 


Faz-se uma breve introdução ao funcionamento das células fotovoltaicas e dos colectores solares planos. Estes conhecimentos são utilizados para explicar algumas experiências de realização acessível que permitem ilustrar o funcionamento dos dois dispositivos. Nestas experiências verifica-se a independência da tensão à saída duma célula fotovoltaica relativamente à intensidade da radiação incidente, verifica-se a proporcionalidade entre a intensidade de corrente gerada numa célula e a intensidade da radiação incidente, e determinam-se pontos que permitem traçar a curva característica (V-I) duma célula fotovoltaica. No domínio da termodinâmica, determinam-se as razões entre os coeficientes de absorção e entre os coeficientes de perda calorífica de dois colectores.


A conversão directa de energia solar em energia química através da produção de hidrogénio por fotoelectrólise da água constitui, por várias razões, uma alternativa potencialmente interessante. Ao contrário dos combustíveis fósseis, a combustão do hidrogénio não deixa resíduos nem é poluente. O hidrogénio obtido a partir da luz solar pode ser armazenado e usado mais tarde, em períodos de obscuridade, para produção de energia. A água para a fotoelectrólise é um produto natural extremamente barato e abundante que, de resto, é regenerado na combustão do hidrogénio. Finalmente a luz solar representa uma fonte de energia (para o processo de fotoelectrólise) praticamente inesgotável.


No ensino secundário a Astronomia foi relegada para um segundo plano, ou mesmo esquecida. Contudo o interesse dos alunos é crescente e as perguntas sucedem-se quando se toca no assunto. Donde vem o calor do Sol? As estrelas também morrem? Como são as galáxias? O que é um buraco negro? O universo é infinito? As respostas vão aumentando a curiosidade dos alunos, suscitando interrogações que o custo são contidas. Nota-se brilho, e tristeza quando se retoma o assunto da aula. 


Há tempos telefonou-me um colega a pedir que servisse de juiz numa reclamação relativa à classificação de uma pergunta de exame. Aparentemente o meu colega achava que a resposta a uma pergunta de Física estava errada ao passo que o aluno pretendia a classificação máxima e protestava contra o facto de o «sistema» estar organizado contra o estudante.


O «paradoxo dos gémeos» tem sido um tema quase constante na literatura sobre Relatividade. Apesar de muitos autores considerarem que o problema dos gémeos pode ser resolvido no âmbito da Relatividade Restrita sem dar origem a nenhum paradoxo, ou, mais precisamente, que a conclusão do «envelhecimento assimétrico» não é paradoxal uma vez que os dois gémeos não estão em situações simétricas — um permanece sempre num certo referencial de inércia e outro não —, têm surgido ao longo dos anos autores que defendem a opinião contrária, ou seja, a de que o problema dos gémeos não pode ser tratado em Relatividade Restrita. 


LUZ POLARIZADA

A polarização da luz é um fenómeno de consequências facilmente observáveis, que mafestam a natureza vectorial das ondas electromagnéticas. Se bem que se encontrem algumas consequências «naturais», isto é, em objectos de uso corrente, uma boa observação da polarização tem de fazer recurso a materiais com propriedades especiais que permitam polarizar a luz ou analisar a polarização produzida na luz por circunstâncias várias.


Em finais de 1982 o Conselho Directivo da Sociedade Portuguesa de Física incumbiu a Delegação Regional de Lisboa de organizar a 4.a Conferência Nacional de Física. Com uma periodicidade bienal, as Conferências anteriores tinham sido organizadas em Lisboa (78), Porto (80), Coimbra (82). Na sequência de várias sugestões e tendo em vista uma convivência entre os participantes mais estreita do que aquela que uma grande cidade proporciona, uma descentralização de actividades científicas e um apoio às novas cidades universitárias, e dada a existência de condições mínimas locais, foi escolhida a cidade de Évora para a realização da Física 84.


  • Corpos Gerentes da SPF para o triénio 1984-86
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