Capa
Volume 23 / Fascículo 1
Março 2000
Descarregar revista
Murray Gell-Mann, cientista do maior mérito e Prémio Nobel da Física, tem dedicado nos últimos anos, no âmbito da sua actividade científica, a melhor atenção a alguns aspectos do estudo da simplicidade e da complexidade. É autor de um “best-seller”, “O Quark e o Jaguar, Aventuras no Simples e no Complexo” (Gradiva, Lisboa, 1997), em que disputa com humanistas a primazia de uma escrita culta e revela os seus interesses de uma vida inteira pela história natural, a evolução biológica, a sociologia, o pensamento criativo, a evolução cultural e, mais recentemente, por aspectos políticos e sociais, como o desenvolvimento económico sustentável.
É um prazer comunicar com Coimbra através do sistema de teleconferência. Lamento muito não poder estar presente pessoalmente, pois gostaria, desde há muito tempo, de visitar essa antiga e maravilhosa universidade. Vamos hoje debruçar-nos sobre o tema a que chamo pléctica, o estudo da simplicidade e da complexidade. No Instituto de Santa Fé, que ajudei a criar, lidamos principalmente com assuntos que se relacionam com a simplicidade e a complexidade. Cheguei ao nome pléctica da seguinte forma. A palavra “complexo” vem de plexus, que significava originalmente “entrelaçado”, e com que significa “uns com outros”, ou seja complexo significa “entrelaçado de uns com outros”. Do mesmo modo, “simples” deriva de raízes que significam “dobrados uma única vez”. As palavras latinas que sigificam “entrelaçado” e “dobrado” têm a sua origem mais remota na raiz indo-europeia plek-. Em grego, esta raiz origina plektos, que significa “entrelaçado”. Assim, ao usar a palavra plectics estou a descrever o tema da simplicidade e da complexidade sem dizer se estou a falar sobre algo simples ou complexo. Então, o que entendemos por complexidade e pelo seu oposto, simplicidade? Seriam precisos muitos conceitos, muitas grandezas, para captar todos os diferentes signi- ficados implícitos no nosso uso da palavra complexidade. Mas existe um conceito - a que chamo complexidade efectiva - que representa de forma bastante aproximada aquilo que normalmente queremos dizer quando usamos esta palavra em linguagem vulgar ou no discurso científico. Uma definição não-técnica de complexidade efectiva seria o comprimento de uma descrição extrema- mente comprimida das regularidades de uma determinada entidade. A compactação -a eliminação da redundância - é muito importante; de outra forma, o comprimento da mensagem preocupar-nos-ia muito pouco.
A linha da força de reacção normal a um plano tem sempre de passar pelo centro da massa do corpo? Neste artigo, os autores sustentam que não é forçoso que assim aconteça, e propõem um método de explicação que é simultaneamente pedagógico e divertido.
A qualidade dos livros escolares de Física tem registado uma melhoria geralmente reconhecida pelos professores. Mas há ainda aspectos a necessitarem de maior investimento dos editores, como o rigor científico, a clareza de exposição e o número de imagens incluídas. O Ministério da Educação, por seu lado, quer conhecer as razões que levam à escolha deste ou daquele livro por parte das escolas, preparando a criação, ainda este ano, de um observatório do livro escolar.
A publicação pela prestigiada colecção francesa “Que sais-je?” de um livro sobre ciência e a comunicação foi o ponto de partida para uma conversa com João Caraça, físico nuclear de formação, professor de gestão de ciência e tecnologia e director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian. O divórcio entre as universidades e a indústria é apontado como uma das razões de a ciência não ter conseguido, em Portugal, “fertilizar” a sociedade. Na opinião do entrevistado, essa realidade pode levar a uma situação em que o país, embora inserido no espaço europeu, seja “comandado” a partir do centro da Europa. Não é forçoso que assim seja desde que se consiga estabelecer, em alguns sectores, uma ligação entre o mundo académico e a economia. No entanto, isso só se conseguirá se houver “a possibilidade de definir desígnios nacionais”. Seja qual for o futuro, uma coisa é, para João Caraça, certa: “A Física é um dos principais esteios da ciência moderna e vai continuar a sê-lo”.
Ano Mundial da Matemática || Doutoramento no Porto || Mestradoa no Porto || Mestrados em Coimbra || Dia Aberto em Coimbra || Grupo "Outreach" do LIP || Novo "Ciência J" || Monte Carlo para Física da radiação || Novo "Pulsar" || 4a Escola de Verão para Professores de Astronomia || II Encontro Nacional de Estudantes de Física || Física em palco || Previsões com base em séries temporais || Questões de Física || Bioengenharia 2000
Ano Mundial da Matemática || Doutoramento no Porto || Mestradoa no Porto || Mestrados em Coimbra || Dia Aberto em Coimbra || Grupo "Outreach" do LIP || Novo "Ciência J" || Monte Carlo para Física da radiação || Novo "Pulsar" || 4a Escola de Verão para Professores de Astronomia || II Encontro Nacional de Estudantes de Física || Física em palco || Previsões com base em séries temporais || Questões de Física || Bioengenharia 2000
Debate sobre espaço europeu de investigação || matéria Condensada || Escola de Verão no CERN || Sociedade Americana de Física: novos espaços na Web || Fundo cósmico de micro-ondas ||Números mágicos de esferas giratórias || Miragem Quântica || Impulsos de luz de 1 atossegundo || Candidatas a partículas de matéria escura || Primeira nave em órbita de um asteróide ||
A SPF e a reforma do ensino básico e secundário || Posição da SPF sobre a revisão curricular || A SPF e os padrões de qualidade da formação inicial de professores || European Physical Journal": um convite aos físicos portugueses || Prémio para estudantes de Física || Palestras no Porto || FÍSICA 2000 || Conferências em Aveiro e Coimbra
"Ciência a Brincar", de Constança Providência, Helena Alberto e Carlos Fiolhais || "Exploratorium" na Internet || O Sol, o Genoma e a Internet, de Freeman Dyson
É falso afirmar que a investigação fundamental vacila quando a investigação aplicada prospera. Pelo contrário, uma alimenta a outra e vice-versa. Raras são as actividades que podem classificar-se em categorias estanques, cada uma na sua caixinha, com os seus objectivos específicos. A ciência não é excepção. Basta pensar no preconceito segundo o qual a investigação fundamental, exclusivamente motivada pela busca desinteressada do saber, teria sido afectada com o desenvolvimento da investigação aplicada. Como a indústria reforça a sua cooperação com a universidade e investe nela sempre cada vez mais, o fim dos cientistas já não seria mais o "progresso dos conhecimentos", mas a "criação de riqueza".

© 2019 Sociedade Portuguesa de Física