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Volume 40 / Fascículo 2
Agosto 2017
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A 19 de abril, fez 43 anos que a SPF foi registada como sociedade e assim começou, de forma autónoma, a ter por missão empenhar-se no desenvolvimento dos vários domínios da física em Portugal, no ensino – desde o básico até ao superior – e também
na investigação. Toda a atividade está espelhada na Gazeta de Física, que passou a ser propriedade da SPF desde a criação desta, e igualmente nos livros de resumos das Conferências Nacionais bienais. Os físicos começaram por se organizar como
uma sessão da Sociedade Portuguesa de Química, fundada em 1911 e, a partir de 1926, conjuntamente com os colegas de química, formaram a Sociedade Portuguesa de Química e Física.


A 4 de Outubro de 2016, a Real Academia Sueca anunciava a atribuição do prémio Nobel da Física a Thouless, Kosterlitz e Haldane pelas descobertas teóricas de transições de fase topológicas e fases topológicas da matéria. Um pequeno grupo de investigadores portugueses (uma parte figura nos agradecimentos deste artigo, a outra é autora do mesmo) teve um dia particularmente agitado, dado o número de telefonemas de jornalistas querendo saber mais acerca deste prémio Nobel. Porém, este ano, a origem da azáfama não foi tanto motivada pela procura do comentário, mas sim pela procura de ajuda na tentativa de decifrar o motivo da atribuição deste prémio.


O “Futuro” aproxima-se a passos largos e, embora este traga consigo desenvolvimentos excitantes, está repleto de fragilidades que passam muitas vezes desapercebidas a grande parte da população. O passo ao qual a tecnologia evolui é estonteante, mas talvez mais importante do que o passo de desenvolvimento é a crescente capacidade de adoção dessas tecnologias. Enquanto que há 50 anos atrás havia um intervalo considerável entre a apresentação de uma nova tecnologia e a sua adoção em massa, hoje em dia esse intervalo é substancialmente menor. Para termos uma noção desta aceleração, podemos comparar duas tecnologias que revolucionaram o mundo: o telefone e a internet.
O telefone foi desenvolvido em meados de 1850 mas só passou a estar disponível em 50 % dos lares norte-americanos cerca de 100 anos depois.


A Relatividade Geral aplicada ao universo como um todo conduz à chamada teoria de Big Bang, prevendo a existência de uma singularidade cosmológica. Desde cedo, houve a expectativa de que a incorporação de efeitos quânticos regularizasse de alguma forma a singularidade.
Porém, esta expectativa tardou a concretizar-se. Nos últimos anos, uma nova proposta de cosmologia quântica, conhecida por loop quantum cosmology, veio abrir novas perspectivas.
Neste artigo faz-se uma breve introdução ao assunto, focando na questão da remoção da singularidade.


Do programa de Física e Química A do Ensino Secundário consta a atividade laboratorial Queda livre, com o objetivo de determinar o valor da aceleração gravítica e verificar que o mesmo não depende da massa. Construiu-se uma montagem que permite obter resultados consistentes, reprodutíveis, com ótima exatidão:
g=(9,83±0,02) m/s2. Destacam-se pormenores experimentais, muitas vezes descurados, mas que originam resultados de baixa exatidão.

É discutido o seu impacto na degradação do resultado de g, que facilmente atinge 12 m/s2.

 


Foi preenchido por 126 estudantes do ensino secundário um questionário com dez perguntas na fase regional das Olimpíadas da Física 2017. Este inquérito consistia em cinco perguntas pessoais e cinco questões relativas ao percurso escolar na disciplina de
Físico-Química. No final, os estudantes responderam ainda se pretendiam ter Física como disciplina no 12.º ano e/ou seguir um curso de Física/Eng. Física (EF) no ensino superior. Os resultados são aqui apresentados e mostram que a carga horária é o
fator mais relevante.


Nos dias 14, 15 e 16 de setembro de 2017 realizar-se-á na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo o XVII Encontro Nacional de Educação em Ciências (XVII ENEC) | I Seminário Internacional de Educação em Ciências (I SIEC).


Os nossos maiores eventos já organizados consistiram na organização dos Encontros Nacionais de Estudantes de Física do ano de 2006 e de 2016.
Por outro lado, é de realçar também outras atividades desenvolvidas pelo nosso núcleo: torneios desportivos, workshops e sessões de apoio ao estudo (para colmatar as dificuldades dos alunos e, assim, complementar a aprendizagem dos mesmos), visitas
de estudo, atividades que liguem os alunos ao mundo do mercado de trabalho, a divulgação dos cursos que o nosso núcleo representa a alunos do secundário, e ainda o banco de livros usado para promover a reutilização dos mesmos.


O Prémio Nobel da Física de 2016 foi atribuído a três físicos teóricos britânicos: David Thouless (metade do prémio) e Michael Kosterlitz e Duncan Haldane (que dividiram entre si a outra metade). Foram recompensados pela descoberta de novas fases da matéria. Essas fases, ditas topológicas, foram encontradas nos anos 70 e 80 do século passado em sistemas a duas dimensões – um filme – ou a uma dimensão – um fio – a temperaturas muito baixas.

A questão era: como se ordena a matéria perto do zero absoluto nessas dimensões? A investigação teórica guiada pela curiosidade conduziu a fases estranhas, que não tardaram a ser confirmadas em laboratório.


A matemática e a física sempre andaram de mãos dadas: a física serve-se da matemática para explicar a natureza e a matemática inspira-se na física para propor novos modelos. 

Em 2016, o prémio Nobel da física foi atribuído a três cientistas que utilizaram a topologia, uma área da matemática, para descrever novas formas da matéria. A topologia estuda as formas, em particular as propriedades de um objeto quando o esticamos, fletimos, engelhamos ou torcemos, mas sem o rasgar, cortar ou colar. Vamos descobrir alguns objetos com propriedades muito interessantes.


Realizou-se no passado dia 10 de julho, no Instituto Superior Técnico, uma conferência para homenagear o professor Jorge Romão, organizada por alguns dos seus colaboradores
e ex-alunos.


Na sua reunião de abril passado, o Conselho da Sociedade Europeia de Física (EPS), órgão máximo da EPS, elegeu três novos Fellows, incluindo Luís Oliveira e Silva. O professor do Instituto Superior Técnico (IST) é o primeiro português a receber esta distinção.


São eleitos como Fellows os membros da EPS, propostos pelos seus pares, que se tenham distinguido pelas suas contribuições para o avanço da física, do ponto das suas contribuições científicas, industriais ou do ensino e/ou do seu trabalho em prol desta sociedade. A EPS tem atualmente 85 Fellows, tendo Luís Oliveira e Silva sido eleito com a seguinte citação: pelas suas extraordinárias contribuições teóricas e numéricas para a interação laser-plasma no regime relativista.

 

 

8.ª edição do MEDEA – lista dos vencedores

Já se conhecem os vencedores de mais uma edição do MEDEA, listados em baixo:

1.º Prémio - World Wide Webers
André Duarte, Pedro Sarmento, Ana Monteiro, Maria
do Carmo, Francisca Borges
Escola Secundária Sebastião e Silva, Oeiras


Menção Honrosa - Acima da MEDEA
Maria Carmo Costa, Joana Ferreira Gomes,
Rui Pedro Castro, Paulo Alexandre Figueiredo
Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco,
Vila Nova de Famalicão


Menção Honrosa - Os Fragmentados
André Tiago Barreiros, Diogo Henrique Silva,
Francisco Almeida Falcão, Pedro Ivan Ferreira Couto
Academia de Música de Santa Cecília, Lisboa


No total, participaram 66 equipas de 25 escolas de todo o país, incluindo as ilhas e ainda uma escola de S. Tomé e Príncipe (Escola Portuguesa).
Os prémios serão atribuídos às três equipas vencedoras numa cerimónia a realizar nas suas escolas durante o mês de outubro. O troféu será entregue mais tarde, durante a realização da FÍSICA 2018 – 21.ª Conferência Nacional de Física e 27.º Encontro Ibérico para o ensino da Física 2018, a ter lugar na Universidade da Beira Interior.


Nos dias 10 a 15 de julho, realizou-se a primeira edição da Academia de Verão de Aprendizagem e Olimpíadas Científicas. Esta iniciativa, organizada pelo grupo TreeTree2, teve o apoio e o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Física e do Instituto Superior Técnico (IST), onde foi realizada. O evento teve como objetivo “ajudar jovens entusiasmados pela ciência a desenvolver as suas capacidades nesta área”, afirma o engenheiro físico João Rico, um dos organizadores da Academia.


Decorreu de 17 a 21 de julho de 2017 em Santiago de Compostela, Espanha, mais uma edição do Encontro Ibérico para o Ensino da Física. Esta reunião anual decorre alternadamente entre Portugal (anos pares) e Espanha (anos ímpares), e este ano tem lugar em conjunto com a XXXVI Reunião Bienal da Real Sociedad Española de Física.
A SPF participou na organização do encontro através do Prof. Carlos Portela, coordenador da Divisão de Educação.


6.º Encontro de Professores de Física e Química


Nos dias 7 e 8 de setembro, tem lugar na Faculdade de Ciências e Tecnologia (Campus da Caparica) da Universidade Nova de Lisboa o 6.º Encontro de Professores de Física e Química, organizada pela Delegação do Sul e Ilhas da SPF.
Pretende-se aproveitar esta ocasião para discutir alguns temas associados aos programas das disciplinas de Física e Química, realizando duas sessões plenárias, diversas oficinas de trabalho e uma visita de estudo. As oficinas de trabalho incidirão sobre
um conjunto de temas distintos, muitos deles interdisciplinares, de forma a permitir aos participantes a escolha das mais adequadas às suas necessidades formativas. Será também promovido o debate e a troca de experiências entre os docentes, facultando
um espaço onde possam apresentar trabalhos que tenham desenvolvido, quer em termos pessoais, quer num contexto de projectos que envolvam alunos.


Para saber mais: https://eventos.spf.pt/6enpfq/pt/.


Na sequência do sucesso do Ano Internacional da Luz 2015, a UNESCO irá proclamar no próximo mês de novembro o Dia Internacional da Luz, cuja primeira celebração terá lugar em 16 de maio de 2018.
Este evento anual servirá de ponto focal para a divulgação do papel central que a luz desempenha nas vidas dos cidadãos de todo o mundo em áreas tão diversas como a ciência, a cultura, a arte, a educação, o desenvolvimento sustentável, e com
aplicações tão importantes como a medicina, as comunicações e a energia.


Para mais informações: https://www.lightday.org/


A XXXIII edição das Olimpíadas de Física decorreu no dia 29 de abril de 2017 em cinco locais distintos (em simultâneo): os Departamentos de Física das Universidades do Porto e de Coimbra, o polo do Instituto Superior Técnico no Taguspark, a Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, e a Universidade da Madeira, no Funchal. Estiveram envolvidos nesta atividade 495 alunos do 9.º ano, provenientes de 166 escolas diferentes, e 481 alunos do 11.º ano, oriundos de 166 escolas.


Recorde-se que, embora as provas sejam as mesmas para todas as delegações da SPF, as escolas participam nesta fase das Olimpíadas deslocando-se à delegação da SPF a que estão associadas.
Os alunos realizam duas provas, uma teórica e uma experimental, sendo a participação no escalão B feita a título individual, enquanto no escalão A os alunos concorrem em equipas com um máximo de três elementos.


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