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Volume 1 / Fascículo 4
Julho 1947
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Avec la disparition de Paul LANGEVIN la Science perd un de ses représentants les plus justement célèbres non seulement dans le monde savant mais encore dans le grand public.
A recordação visual que qualquer de nós guarda das personalidades científicas que um dia viu ou com quem contactou, depende de um sem número de factores, mas tenho de mim para mim que aquele que mais pesa é o entusiasmo que essas personalidades emprestam à exposição das suas ideias. Com efeito, quando fecho os olhos e recordo os grandes homens de ciência que tive ocasião de conhecer durante a minha estadia já distante em Paris, duas imagens predominam sobre todas as outras e vejo-as sempre a exprimirem-se com aquele entusiasmo que souberam guardar até ao fim da vida. São elas as de Jean Perrin e de Paul Langevin. Vi pela primeira vez Paul Langevin em 1931 a dirigir o seminário de Física do Collège de France.
La Commission d'études pour la Réforme de l'Enseignement en France a perdu en la personne de, son Président, Paul Langevin, son animateur, son inspirateur, son guide le plus éclairé. Le fait était si bien reconnu que tout le monde désignait cette Commission de son nom: elle était devenue familièrement "la Commission Langevin" et c'est certainement à son nom qu'elle doit l'essentiel du prestige dont elle jouissait en France et à l'étranger.
O aspecto elementar que, por fôrça das circunstâncias, é próprio do ensino da Física nos liceus obriga, muitas vezes, a deixar em suspenso alguns problemas menos simples que não escapam aos alunos bem dotados de inteligência. Estuda-se no Liceu a chamada equação de Coulomb F=l/exQQ'/x2 em que F é a fôrça que solicita mütuamente as cargas eléctricas pontuais Q e Q', x a distância entre elas, e e a constante dieléctrica do meio no qual se exerce a referida fôrça. Por convenção do sistema electrostático C. G. S., o valor numérico da constante dieléctrica espacial, isto é, da constante dieléctrica do vácuo (eo) é a unidade. Portanto, podem os alunos, nas suas aplicações, exprimir o valor de F em dynes, os de Q e Q' em unidades electrostáticas de quantidade de electricidade (U. Es. Q.), o de x em centimetros e o de eo=1 sempre que as acções eléctricas se passem no vácuo. Conhecedores dêstes factos e habituados a repetidos exercícios sôbre mudanças de unidades, logo vários estudantes concluem apressadamente que, se exprimirem os valores de Q e de Q' em unidades do sistema Giorgi (coulombs) e o valor de x em metros, lhes virá o valor de F em newtons, continuando, é claro, a usar para eo o valor l. Assim caem fatalmente no êrro, que os alunos expeditos reconhecem depressa, quando verificam que o valor obtido para a fôrça, expresso em newtons, não corresponde, quando reduzido a dynes, ao valor obtido com o emprêgo do sistema C. G. S..
Resolução de Mário Santos e Glaphyra Vieira
Quand je commençai mon initiation au travail expérimental, chez Langevin, au Laboratoire de Physique du Collège de France, mon ami Marcel Moulin, tué depuis à la bataille de la Marne, était occupé à construire des appareils destinés à étudier les ions de l'atmosphère, c'est à dire les centres électrisés qui donnent à l'air atmosphérique une conductibilité électrique très faible, variable d'ailleurs d'un lieu et d'un instant à l'autre, mais toujours mesurable.
Além das suas notáveis qualidades de caracter e da sua grande capacidade criadora, Paul Langevin cultivou também com rara perfeição a arte dificil de divulgar a Ciência. Em homenagem à sua produção neste domínio reproduzimos a seguir algumas passagens dum artigo que o ilustre físico publicou no n.° 4 de La Pensée (Setembro, 1945). Agradecemos à Redacção desta revista a amabilidade de ter autorizado a sua transcrição.
É costume atribuir aos Gregos uma ideia de "átomo" análoga à nossa. Na verdade, foi apenas no início do século XIX que Dalton estabeleceu os alicerces da moderna teoria atómica. A sua explicação da lei experimental das proporções definidas baseou-se numa hipótese muitíssimo fecunda: existência de átomos como constituintes mínimos das várias substâncias; os átomos duma substância são todos iguais, nomeadamente têm todos o mesmo peso.
Resoluções de Alice Maia Magalhães, Afonso Morgenstern e Marieta da Silveira.
Depois de Volta ter construído, em 1799, a sua pilha eléctrica, e ter demonstrado com ela a existência da electricidade galvânica foi imediatamente proposto um método de telesinalização baseado na experiência da rã de Galvani. Dez anos mais tarde Sõmmering construíu um tipo de telégrafo, baseado na decomposição da água pela corrente eléctrica. Contudo, estes métodos não chegaram a adquirir nenhuma importância prática. Eram outras as invenções que haviam de indicar o rumo a tomar para se conseguirem sistema telegráficos utilizáveis na prática. Estas invenções apareceram em 1820 com a demonstração, por Oersted, da influência da corrente eléctrica sobre uma agulha magnética, e com a descoberta de Arago de que um pedaço de ferro se magnetiza quando em tôrno dele se fecha um circuito eléctrico. Alguns anos depois Sturgeon, baseando-se na descoberta de Arago, indicou como se podiam construir electroimãs potentes. O desenvolvimento do telégrafo eléctrico ia seguindo dois caminhos diferentes, sob as formas de telégrafos de agulha e de telégrafos electromagnéticos.

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