No dia 7 de junho de 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas (Internacional Year of Quantum - IYQ). De acordo com a proclamação da ONU, o IYQ será levado à prática, promevendo um conjunto de atividades que têm o objetivo de “aumentar a conscientização pública sobre a importância da ciência quântica e das suas aplicações". A escolha de 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quânticas decorre dos 100 anos passados desde o início do desenvolvimento da Mecânica Quântica como a conhecemos hoje. Em particular remete-nos para o centenário do artigo de Werner Heisenberg intitulado “Quantum-mechanical re-interpretation of kinematic and mechanical relations”, W. Heisenberg, “Uber quantentheoretische Umdeutung kinematischer und mechanischer Beziehungen”, Z. Phys. 33, 879-893 (1925), no original, que marcou o final da chamada teoria Quântica “antiga”, do início de 1900. Este artigo constituiu um marco que rapidamente conduziu às primeiras formulações completas da Mecânica Quântica, sendo a sua principal contribuição a de propor uma descrição da Mecânica Quântica baseada unicamente em relações entre quantidades observáveis.
O que significa o protesto destes gatos? Será um protesto contra a violência contra animais? Porque é que os cartazes dizem: "stop experimenting", "we are cats not kets", "I am not |dead>"?
Tudo começou com a experiência imaginária que o físico austríaco Erwin Schrödinger propôs em 1935 para explicar como os conceitos da mecânica quântica não fazem sentido no mundo que nós conhecemos.
Contou então a história de um gato, o Gato de Schrödinger, e desde então os gatos nunca mais tiveram paz, vivendo com o medo constante de estarem mortos.
Imaginemos o seguinte cenário estranho: temos uma caixa fechada e, lá dentro, está um gato, um frasco de veneno e uma máquina muito especial ligada a uma partícula radioativa. A qualquer momento, a partícula pode ou não "decair" – se decair emite um pequeno sinal que ativa a máquina. Se o sinal for emitido, o frasco de veneno parte-se e o gato morre.
A segurança e a privacidade dos nossos dados digitais são atualmente garantidas assumindo que entidades sem acesso legítimo aos mesmos dispõem de capacidades computacionais limitadas.
Contudo, recentes desenvolvimentos alcançados nas áreas da computação em rede e da computação quântica prometem colocar desafios inultrapassáveis aos protocolos criptográficos implementados nos atuais dispositivos. Em particular, os protocolos criptográficos de chave assimétrica são conhecidos pelas suas vulnerabilidades a ataques baseados em computação quântica.
No entanto, uma nova classe de protocolos criptográficos baseados nos princípios da mecânica quântica oferecem uma abordagem inovadora, capaz de solucionar o problema de segurança e privacidade na proteção dos dados.
A fotografia desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da Física, permitindo a documentação e a análise precisa de fenómenos naturais e experiências científicas. Desde o registo do movimento por Étienne-Jules Marey e Eadweard Muybridge até a comprovação da teoria da relatividade de Einstein com as fotografias do eclipse solar de 1919, a imagem fotográfica tornou-se uma ferramenta essencial para a investigação científica.
Neste artigo, analisa-se a função da fotografia no desenvolvimento de várias áreas associadas à Física, dentro do contexto português, durante o século XIX e início do século XX.
A fotografia terá nascido do desejo de captar uma imagem e guardá-la para um futuro próximo ou distante. Cientificamente foi mais do que isso, ela necessitou da conjunção de duas ciências: a física e a química. Se, por um lado, ela dependia dos conhecimentos de ótica e da instrumentação existente, dependia igualmente dos conhecimentos de química do fotógrafo.
Ser mulher em Portugal nunca foi fácil. No tempo do Estado Novo (1933-1974), as dificuldades eram acrescidas. Antes do 25 de Abril de 1974, as mulheres não tinham os mesmos direitos que os homens. Por exemplo, não podiam votar (salvo algumas excepções, como terem habilitações mínimas ou serem chefes de família); até 1969 não podiam sair do país sem autorização do marido; também não podiam ascender a determinadas carreiras profissionais, como o serviço diplomático, militar, policial ou a magistratura judicial [1]. A Revolução de Abril ajudou a derrubar barreiras, mas alguns obstáculos ainda perduram.
No que diz respeito à participação feminina na Universidade de Coimbra (UC), quer como estudantes, quer como docentes, a sua presença foi sempre residual, dificultada por questões políticas, sociais e culturais.
Poucos saberão identificar a primeira mulher a estudar na Universidade de Coimbra ou a primeira professora desta instituição secular. E o nome da pioneira mulher a leccionar Física na UC caiu no esquecimento, inclusive dentro do próprio Departamento de Física da UC (DFUC)2. Este texto serve para retirar o seu nome desse injusto esquecimento, assim como realizar um levantamento mais vasto da presença feminina na Física, em Coimbra e no país.
A Inteligência artificial (IA) está na moda. Com efeito, sem dificuldade, encontram-se nos escaparates várias obras de publicação recente que servem de introdução a esta temática. Servem de exemplo os seguintes livros: “Génesis” [1], que apresenta uma reflexão realizada por um político recentemente falecido, em conjunto com dois especialistas em informática, que apresenta cenários da utilização da IA em diversas situações, levantando as principais questões sobre a área. “Futuro Tenso: Como Criámos a Inteligência Artificial – e como Ela vai Mudar Tudo” [2], virado para um público mais jovem, traça a história da inteligência artificial e fornece um panorama dos benefícios e problemas que a IA apresenta, sendo talvez a melhor introdução ao fenómeno. “Superpotências da Inteligência Artificial: a China, Sillicon Valley e a Nova Ordem Mundial” [3], dá uma perspetiva Geopolítica ao problema e fornece cenários sobre a possível evolução do mercado de trabalho. “A Revolução do Algoritmo Mestre”, de um autor português a trabalhar nos E.U.A, mais virado para informáticos
ou um público mais conhecedor do tema. Finalmente, “Artificial Inteligence and Education” [4]. É uma publicação do Conselho Europa em que se aborda a aplicação e ensino da IA, as relações entre IA e educação com as suas implicações nos valores europeus dos direitos humanos, democracia e estado de direito, e oportunidades e desafios da IA em educação. É facilmente acessível pela internet.
O ensino da fotografia desempenhou um papel fundamental no seu desenvolvimento ao longo do século XIX, especialmente em escolas e instituições onde era usada para a realização de tarefas técnicas e de investigação. Em Portugal, algumas instituições científicas chegaram a estabelecer secções fotográficas de renome internacional.
Neste contexto, este estudo analisa aspetos do ensino da Física aplicados à Fotografia na Escola Politécnica de Lisboa, na Universidade de Coimbra, na Escola do Exército e na Escola Naval.
No século XIX, devido ao grande desenvolvimento científico e tecnológico, operou-se uma revolução no que diz respeito à comunicação visual e, em particular, à circulação das imagens científicas e técnicas. Para esse facto contribuiu a invenção da Fotografia, que teve diversas contribuições pioneiras: Hércules Florence (1804 – 1879) no Brasil, Nicéphore Niépce (1765-1833), Louis Daguerre (1787-1851) e Hippolyte Bayard (1801-1887) em França e Fox Talbot (1800 – 1877) na Inglaterra.
Quando o termo «inteligência artificial» (IA) foi criado por John McCarthy (1927-2011), em 1955, o cientista da computação definiu-a como «a ciência e a engenharia de fazer máquinas inteligentes». Estava a nascer algo cujas implicações, passados 70 anos, ainda não são completamente compreendidas, mas que se torna importante estudar sobretudo desde que a «OpenAI» lançou o «ChatGPT» em 2022, criando uma «IA de massas». Este livro vem contribuir para esse entendimento, levantar questões e fomentar a discussão, sendo traduzido para português, de forma competente, no mesmo ano em que foi editado nos E.U.A.
Corria o ano de 1981 quando Richard Feynman, sempre irreverente e provocador, lançou um desafio: simular a física quântica com computadores clássicos é ineficiente. Por que não usar as próprias regras da mecânica quântica para construir computadores?
“Nature isn’t classical, damn it,” disse ele. “And if you want to make a simulation of nature, you’d better make it quantum mechanical.” [1]. Esta foi a semente de uma ideia que demoraria décadas a germinar.
Mas eventualmente germinou. Em laboratórios do século XXI, partículas “dançam”. Estão emaranhados, ocupando estados indefinidos, desafiando a lógica binária que governou o mundo digital desde os primórdios da era da informação. A computação quântica, antes um conceito de ficção científica, é agora uma corrida tecnológica, filosófica e até geopolítica. Como chegámos aqui?
Imagina que encontras um osso muito grande. Pensarás: será um osso de mamute ou de elefante? Se for um osso de mamute, será certamente uma descoberta muito interessante, visto os mamutes terem desaparecido da Europa há cerca de 12 500 anos.
Mas como poderás saber? Há especialistas que conseguem descobrir. Usam uma técnica que permite determinar a idade do osso, ou antes, determinar há quantos anos morreu o animal a quem pertencia o osso.
Os mamutes são uma espécie relacionada com os elefantes que desapareceu da Europa há cerca de 12 500 anos. A sua extinção completa terá ocorrido há cerca de 4000 anos, sendo o seu último habitat o norte da Sibéria.
Conheci a Maria José Oliveira (Adília Lopes) em 1978 no primeiro dia de aulas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em que ambas iniciámos o nosso percurso na Licenciatura em Física. Recordo-me que chovia imenso e que a porta do edifício na Av. 24 de Julho estava fechada, porque só abria próximo das 08:00 [1]. Felizmente o exterior era coberto! Chegámos demasiado cedo (afinal éramos caloiras), mas não houve grande conversa.
Durante o tempo que passou na Faculdade de Ciências, a Maria José revelou-se uma rapariga sossegada e introvertida, nunca a vi entusiasmada ou divertida, passava despercebida se não a interpelássemos. No entanto, gostava muito de conversar. Durante o curso foi-lhe diagnosticada uma psicose esquizoafetiva, doença que sempre assumiu, e que a fez interromper os estudos de Física.
O XXI Encontro Nacional de Educação em Ciências (ENEC) /VII International Seminar of Science Education (ISSE), irá realizar-se na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém nos dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025. Esta edição do ENEC é uma organização conjunta da Escola Superior de Educação de Santarém e da Associação Portuguesa de Educação em Ciências (APEduC) e tem como tema a “Educação em Ciências em Tempos de Mudança: Desafios da Era Digital”.
O núcleo de Ciências e Tecnologias Quânticas (CiTeQ) integrado na Divisão da Matéria Condensada da Sociedade Portuguesa de Física (SPF), foi fundado tendo como primeira missão a celebração do Ano Internacional das Ciências e Tecnologias Quânticas 2025 (IYQ2025). Após o IYQ2025, este núcleo da SPF tem como objetivo continuar a desenvolver atividades nesta área, quer educacionais quer de promoção da investigação, através da realização de encontros científicos nacionais.
No âmbito da celebração do IYQ2025 foi constituída uma comissão nacional, coordenada por Paulo Freitas, do Departamento de Física do Instituto Superior Técnico (IST), com o objetivo de divulgar e promover atividades em Ciência e Tecnologias Quânticas em todo o país. Essa comissão reúne pessoas de diferentes áreas, em consonância com o caráter interdisciplinar do tema.
Decorreu no passado sábado, 29 de março, a etapa regional das Olimpíadas de Física.
Os resultados são os seguintes:
O LIP Internship Program é um programa de verão do LIP destinado a estudantes de Física, Engenharia e Ciências, em que os estagiários trabalham num projeto entre duas semanas e dois meses.
A 5.ª Conferência Internacional sobre a História da Física irá decorrer no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, de 29 a 31 de maio de 2025. Esta é a quinta edição da série, sucedendo às quatro anteriores realizadas no Trinity College, Cambridge, Reino Unido, em 2014; em Pöllau, Áustria, em 2016; em San Sebastián, Espanha, em 2018; e no Trinity College, Dublin, Irlanda, em 2022.
O objetivo destas conferências é reunir físicos interessados na história da Física e historiadores profissionais, com o objetivo de juntar as suas diferentes perceções e metodologias, no sentido de beneficiarem da interação e do diálogo.
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